Pain of Salvation é uma banda de metal progressivo originária da Suécia. Mentor e principal compositor da banda, Daniel Gildenlöw é considerado por muitos um gênio musical, tendo sido convidado a tocar com Transatlantic e recentemente se juntado aos The Flower Kings.
SYMPHONY X : banda americana de prog metal formada em Nova Jérsei em 1994 pelo guitarrista Michael Romeo. Seus álbuns Paradise Lost (2007) e V: The New Mythology Suite (2000) ganharam tamanha atenção da comunidade do metal, sendo atualmente considerada uma das melhores bandas do mundo no estilo. (Fonte: Wikipedia).
Quem leu o meu primeiro post (ou o último traduzido pro inglês) já está ciente da minha paixão por esta banda em particular, mas para lembrá-los e informar aos novos leitores, conto os motivos pelos quais "SYMPHONY X" é especial pra mim: Primeiro por ser fã assumida do trabalho dos caras desde meados de 2002 e segundo por terem sido o meu primeiro trabalho como backstage manager, péssimo devido à inexperiência e embaraçoso ao cubo pelo fato de realmente adorá-los. Eles estiveram em Porto Alegre por 3 vezes, em 2007, 2008 e 2011. Trabalhei em 2007 mas em 2008 fui sabotada pela minha faculdade, que resolveu marcar uma prova de Métodos Quantitativos (Estatística) no dia do show (Imaginem o quanto fiquei feliz...). à seguir contarei o ocorrido no dia 07.06.2011.
O início da história se deu um dia antes do show, quando eu e meu amigo Felipe Bay saímos feito duas mulas carregando sacolas com as devidas compras de camarim do Macro. Liguei umas 80 vezes e consegui fazer meu cabeleireiro esperar no salão até quase 8 da noite (ele será canonizado em breve) e após uma ajeitadinha básica no visual peguei minha amiga Tata e fui com ela e Felipe mega atrasada pro churrasco de boas vindas que a Abstratti estava oferecendo às bandas. Chegando lá, pude ver a Moni, o Adegas, a Camila, vários amigos, alguns faltavam mas muitos estavam lá, é sempre bom ver o povo. Confesso que fiquei um pouco tensa, a tremedeira de fã deu alguns sinais, claro que bem menores se comparados aos de 2007, mas era SYMPHONY X denovo, né...
Em seguida nos apresentamos devidamente ao pessoal do "Pain Of Salvation" mas o "Symphony X" já estava indo embora, praticamente todos já estavan na van. Conseguimos conversar um pouco com o Mike LePond, by the way, um gentelman. Poderíamos ter conversado mais se uma groupie ruiva não nos interrompesse a cada 3 frases, provavelmente achando que eu e Tata disputávamos a atenção do baixista com ela. Como paciência tem limite, chegou o momento necessário de revelar que eu trabalharia com eles no show e fazia parte da minha função descobrir se estavam devidamente instalados e se precisavam de algo, como compras pessoais, ou serviços médicos (Paul Di'anno pediu um tatuador certa vez...os pedidos são variados, precisamos saber). As coisas sempre melhoram após essa revelação, a prova foi a ruivinha, que de inconveniente passou à prestativa ao extremo, a ponto de se oferecer para trabalhar no backstage comigo (afinal, todos sabem que eu deixo todo mundo entrar lá o tempo todo, o Ricardo aprova 100%) como minha ajudante. (Espero que todos tenham entendido a total ironia do conteúdo dentro do último parêntesis).
Como chegamos praticamente no fim do churrasco, o papo foi curto. Logo pegamos nossos táxis e fomos para nossos devidos lares. Não sei o que a Tata e o Phil fizeram depois, sei que eu após um banho capotei inerte debaixo do edredon.
Despertei ao som da delicadeza da minha cleaning lady, e logo após levantar e me arrumar minha mãe surgiu tendo um surto de bondade repentina, se oferecendo pra me levar ao Opinião de carro, com todas as compras. Lógico que aceitei a oferta, e chegando na José do Patrocínio recebi uma mensagem de texto do Ricardo: "Onde tu ta?". Aliviada, respondi o torpedo: "Dobrando a esquina."
Chegando lá, comecei a organização, separando as compras de acordo com os riders. Muri estava comprando alguns ítens que faltavam e Tata chegou logo em seguida pra me dar uma força, afinal 2 camarins são simplesmente trabalho em dose dupla, a rapadura é doce mas não é mole! (Risos) Ainda bem que o Ricardo pensou nesse detalhe.
Organizamos tudo bem bonitinho, Muri chegou em seguida e foi pro Reino de Dona Rosa (Apelido dado á cozinha do Opinião devido à cozinheira, dona Rosa, que é um amor de pessoa e sempre quebra vários galhos) preparar os sanduiches enquanto eu aguardava a chegada das bandas com a Tata. Ela conversou bastante com os rapazes do "Pain", eu fiquei mais reservada, confesso que nervosa pela chegada do "SX" que seria a qualquer momento.
Ao chegarem, mesmo tensa, não desci do puleiro (Risos). Fui educada e solícita, claro, com alguns momentos de emoção, como quando vi Jason Rullo usando a camiseta do Imortal Tricolor!!! Os rapazes lembravam, e ao mesmo tempo não lembravam de mim. Refresquei a memória deles contando algumas gafes de 2007 e percebi que sim, eles lembravam (Risos).
Não havia me decepcionado antes com o "SYMPHONY X", mas confesso que eram pessoas diferentes das que conheci em 2007. Russel foi muito simpático, conversamos sobre inúmeros assuntos, até sobre dietas, pois comentei que o achei mais magro. Ele disse que havia parado de malhar como antes, e realmente, gordo ele nunca me pareceu, mas um "cara grande". A voz do Russ é realmente linda, falando e cantando. O cara foi realmente "gifted" ao receber esse timbre. Jason foi o mesmo que conheci em 2007, amável, educado, engraçado e respeitador.
Michael Romeo, antes calado, agora falador. Acreditem, as piadas dele tinham graça. Super simpático e cordial. Michael Pinella, como antes, educado e dessa vez visivelmente mais à vontade. (Pelo menos foi o que me pareceu). Mike LePond foi uma bela surpresa, um exemplo de pessoa que faz tudo para manter os fãs satisfeitos, na medida do possível é claro. O cara tira fotos, conversa, se tu tem algo a dizer ele te escuta e responde, não é como o monólogo que ocorre na maioria das vezes...ele até te aceita no facebook (Muitos risos).
Tata precisou sair, a maluca tinha prova da auto-escola (Risos) e eu fiquei lá com a Muri durante a tarde. Foi decidido que o Camarim do "Pain" seria transferido para o andar de cima, pois atrapalharia o trânsito da equipe com os equipamentos se ficasse onde estava. Sábia decisão, o lugar estava bem apertado e o entra-e-sai de fumantes irritava a banda.
Faltando cerca de 3 horas para o show, Ricardo me disse que "SX" sairia para jantar na Garcias, e seria bom que um membro da Abstratti os acompanhasse. Devo ter olhado pra ele com cara de "Cachorro que caiu do caminhão de mudança". Nem preciso dizer que a "membra" designada fui eu (Risos). Fui com eles, o produtor e o Tour Manager. Liguei pra Tata e pedi que me encontrasse lá.
Ao chegarmos, sentei à mesa e não me servi de início. Depois, incentivada pelos rapazes acabei comendo pouco, mesmo com fome, ainda nervosa. Quando Tata chegou relaxei bastante. O produtor deles era do tipo "caladão", mas tive impressão que ele riu quando lembrei os rapazes sobre a história do Carl e os R$ 5,00 que me ofereceu por um "boob festival". Eles riram muito também, e repetiam "That's Carl.". Depois, confesso que quem riu fui eu, quando me contaram que o Carl era o ex-produtor e o dono do cargo era agora, o "caladão". Os rapazes pareciam gostar muito do Carl, vai saber a cagada que o cara fez...Preferi não perguntar...
Após o jantar, entramos na van e nos encaminhávamos de volta ao Opinião, quando comecei a cantar a música "You are my sunshine" do Jimmy Cliff, bem baixinho, numa tentativa interna de auto-descontração. Tata, ao meu lado no banco da frente, não resistiu e começou a cantar junto, aumentando o volume é claro. Acreditem ou não, a música contagiou os integrantes da van, que começaram a cantar junto conosco. Foi hilário. Eles nem devem mais lembrar disso, mas eu não conseguiria esquecer essa cena nem que me esforçasse ao máximo...
"You are my sunshine, my only sunshine, you make me happy, when skies are grey...You'll never know dear, how much I love you, please don't take, my sunshine away..."
Chovia um bocado quando estacionamos na lateral do Opinião, a porta estava fechada por dentro e demorou algum tempo para que a abrissem. Alguns minutos na chuva realmente não serviram para aumentar o bom humor dos rapazes, mas não ouvimos grandes queixas. Eles deveriam ter ficado dentro da van até que alguém abrisse a porta, mas se alguém souber como manter 7 ou 8 marmanjos dentro de uma van quando o que eles querem é sair dela me ensine, agradeço (Risos).
Entramos no Opinas e a banda foi para o camarim se aprontar para o show. Não me lembro de ter visto nenhum membro da equipe de bobeira por um segundo que fosse, todos tiveram o que fazer o tempo todo. Eu e as gurias inclusive, que nos cruzávamos de tempo em tempo pelos corredores internos do bar. Não podíamos deixar nenhum dos 2 camarins sozinhos e ao mesmo tempo nos desdobrávamos tentando tornar breves as nossas incursões à cozinha para atender as solicitações de ambas as bandas.
Faltando apenas alguns minutos para que "SYMPHONY X" subisse ao palco, me dirigi ao camarim do "Pain", no andar de cima, para poder assistir ao show. Confesso que fiquei um pouco triste quando, no jantar, os rapazes me contaram que não tocariam "Evolution" nem "Sea Of Lies", apesar de compreendê-los, deve ser mesmo cansativo, ano após ano. Mesmo sem essas duas músicas a apresentação foi fantástica. Melhor ainda foi assistir o show ao lado da Carol Bonatto e da Marcela, a amiga dela que conheci na ocasião. A Carol foi a guria pedida em casamento no palco, no show de 2007. Espero que o show de 2011 tenha sido especial pra ela, não da mesma forma do anterior mas como uma prova de que, apesar de acharmos que já vimos e vivemos de tudo, ainda podemos nos surpreender no bom sentido com pessoas e situações.
O pessoal do "Pain" filmou toda a apresentação do "SX". Comecei a reviver uma ideia antiga, meio extremista...Mas eu sempre gostei dos extremos. Pensei muito na ideia, e, ao final do show, não tive mais dúvidas. Fui até o camarim do "SX" cumprimentá-los e pedi que autografassem minhas costas, para tatuar depois. Eles ficaram bem surpresos, honrados e é claro, me considerando uma louca (Se é que já não consideravam...). Romeo repetiu umas quantas vezes: "Please, don't do it!". Quando finalmente consegui as 5 assinaturas ele olhou para as minhas costas e disse: "Thank you, you're awesome". Ele que é awesome! (Risos). Me despedi e tirei algumas fotos. Não canso de repetir que eles foram sensacionais, como músicos e como pessoas.
O "Pain Of Salvation" também arrasou no que se diz respeito a qualidade do som e comportamento humano. Educados, bem humorados, simpáticos e talentosos, é óbvio. Daniel, o lead, é a tranquilidade em pessoa. Neurótico apenas com o ar condicionado, que me pediu pra desligar umas quantas vezes, mesmo estando ligado na ventilação. Fã do meu chá de gengibre (Aprendizado do coral), como a maioria dos vocalistas aos quais eu costumo oferecer. Seus colegas de banda diziam de 10 em 10 minutos que no dia anterior era seu aniversário, e demos os parabéns inúmeras vezes (Risos). Tocaram muuuuuito. Assisti o show ao lado da Carol VM, que eu não via fazia algum tempo...vi metade dela, diga-se de passagem. Como emagreceu essa guria! Ainda vou pegar a dieta, é sempre bom experimentar uma nova...
Após terminarmos de organizar os 2 camarins, chamei o Arthur pra olhar os autógrafos, rezando que não tivessem borrado (By the way, fiquei horas de regata, tirei o casaco com medo de borrar as assinaturas, passei frio em nome da arte hahahaha). Pra minha imensa decepção, ele disse que os autógrafos estavam borrados demais para serem tatuados. Virei uma criança de 5 anos frustrada por não ter ganho meu presente de natal. Confesso, muito mais frustrada do que imaginei ficar. Tive um pequeno episódio maníaco-depressivo, escondida em um canto, morrendo de vergonha, óbvio. O que me domina é o orgulho, segundo meus amigos mais chegados. Se eles dizem, é porque é...(Risos) Quem sou eu pra discordar dos meus amigos?
Sensibilizadas com a minha situação, Tata e Muri descobriram a hora que a banda deixaria o hotel. Na manhã seguinte, Tata e Arthur pegaram novamente os autógrafos, dessa vez em papel e bem legíveis. Se os caras já me achavam louca, neste momento tiveram certeza absoluta disso. I'm glad.
No domingo seguinte, fui à casa da Tata e do Arthur eternizar os autógrafos dos meus queridos em tinta preta. Doeu pra caralho, mas não me arrependo, o trabalho do Shogun ficou perfeito. "No pain, no gain" é a frase perfeita pra ilustrar o momento de uma tattoo. No dia seguinte, Mike LePond me mandou uma mensagem no facebook, curioso, querendo saber se eu realmente havia feito aquela loucura. Postei a foto da tattoo no mural dele, seu comentário foi: "THAT is the coolest thing i've EVER seen!!". I have no words.
"Ganhei" uma bela lição no dia 07.06.2011. Mesmo a nossa vida não estando nem próxima do que gostaríamos, se temos amigos de verdade ainda há motivos para não "abandonar o barco". Se eles não desistem de nós e acham que a gente vale a pena, quem a gente pensa que é pra pensar o contrário?
As poucas pessoas que presenciaram o meu momento "Novela Mexicana" sabem que não devem comentar o fato com ninguém, sob pena de morte.
Como foi um "double backstage" foi tudo em dobro no que se diz respeito ao trabalho. 2 bandas, 2 riders, 2 compras, 2 espaços a serem tornados habitáveis e quase-agradáveis...graças aos poderes superiores também foi satisfação dobrada no final, vide equipe da Abstratti, incluindo o Supremo Hobbit Ricardo, que até twittou à respeito ao chegar em casa após o show.
Dia inesquecível, em todos os sentidos. Só tenho a agradecer. Se por um breve momento eu esquecer, é só virar as costas pro espelho. \m/
*Dedico este post aos meus verdadeiros e grandes amigos, todos eles."Roses are red, violets are blue
Groupies have sex
Fans have tattoos."
Assinaturas |
TATTOO - BY SHOGUN ARTHUR |
The 2 Michaels: LePond e Pinella |
Jason Rullo - Se melhorar estraga, né? |
Michael Romeo, his jokes and my stupid face |
Russel Allen |