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quarta-feira, 22 de junho de 2011

PAIN OF SALVATION & O RETORNO DO SYMPHONY X

Antes de mais nada, me desculpem! Sei que criar um BLOG exige o mínimo de responsabilidade, tipo postar regularmente...O motivo da demora foi a montanha de informações necessárias para construir início, meio, fim e desfecho deste relato, espero que gostem!

Pain of Salvation é uma banda de metal progressivo originária da Suécia. Mentor e principal compositor da banda, Daniel Gildenlöw é considerado por muitos um gênio musical, tendo sido convidado a tocar com Transatlantic e recentemente se juntado aos The Flower Kings.


SYMPHONY X : banda americana de prog metal formada em Nova Jérsei em 1994 pelo guitarrista Michael Romeo. Seus álbuns Paradise Lost (2007) e V: The New Mythology Suite (2000) ganharam tamanha atenção da comunidade do metal, sendo atualmente considerada uma das melhores bandas do mundo no estilo. (Fonte: Wikipedia).

Quem leu o meu primeiro post (ou o último traduzido pro inglês) já está ciente da minha paixão por esta banda em particular, mas para lembrá-los e informar aos novos leitores, conto os motivos pelos quais "SYMPHONY X" é especial pra mim: Primeiro por ser fã assumida do trabalho dos caras desde meados de 2002 e segundo por terem sido o meu primeiro trabalho como backstage manager, péssimo devido à inexperiência e embaraçoso ao cubo pelo fato de realmente adorá-los. Eles estiveram em Porto Alegre por 3 vezes, em 2007, 2008 e 2011. Trabalhei em 2007 mas em 2008 fui sabotada pela minha faculdade, que resolveu marcar uma prova de Métodos Quantitativos (Estatística) no dia do show (Imaginem o quanto fiquei feliz...). à seguir contarei o ocorrido no dia 07.06.2011.

O início da história se deu um dia antes do show, quando eu e meu amigo Felipe Bay saímos feito duas mulas carregando sacolas com as devidas compras de camarim do Macro. Liguei umas 80 vezes e consegui fazer meu cabeleireiro esperar no salão até quase 8 da noite (ele será canonizado em breve) e após uma ajeitadinha básica no visual peguei minha amiga Tata e fui com ela e Felipe mega atrasada pro churrasco de boas vindas que a Abstratti estava oferecendo às bandas. Chegando lá, pude ver a Moni, o Adegas, a Camila, vários amigos, alguns faltavam mas muitos estavam lá, é sempre bom ver o povo. Confesso que fiquei um pouco tensa, a tremedeira de fã deu alguns sinais, claro que bem menores se comparados aos de 2007, mas era SYMPHONY X denovo, né...
Em seguida nos apresentamos devidamente ao pessoal do "Pain Of Salvation" mas o "Symphony X" já estava indo embora, praticamente todos já estavan na van. Conseguimos conversar um pouco com o Mike LePond, by the way, um gentelman. Poderíamos ter conversado mais se uma groupie ruiva não nos interrompesse a cada 3 frases, provavelmente achando que eu e Tata disputávamos a atenção do baixista com ela. Como paciência tem limite, chegou o momento necessário de revelar que eu trabalharia com eles no show e fazia parte da minha função descobrir se estavam devidamente instalados e se precisavam de algo, como compras pessoais, ou serviços médicos (Paul Di'anno pediu um tatuador certa vez...os pedidos são variados, precisamos saber). As coisas sempre melhoram após essa revelação, a prova foi a ruivinha, que de inconveniente passou à prestativa ao extremo, a ponto de se oferecer para trabalhar no backstage comigo (afinal, todos sabem que eu deixo todo mundo entrar lá o tempo todo, o Ricardo aprova 100%) como minha ajudante. (Espero que todos tenham entendido a total ironia do conteúdo dentro do último parêntesis).

Como chegamos praticamente no fim do churrasco, o papo foi curto. Logo pegamos nossos táxis e fomos para nossos devidos lares. Não sei o que a Tata e o Phil fizeram depois, sei que eu após um banho capotei inerte debaixo do edredon.

Despertei ao som da delicadeza da minha cleaning lady, e logo após levantar e me arrumar minha mãe surgiu tendo um surto de bondade repentina, se oferecendo pra me levar ao Opinião de carro, com todas as compras. Lógico que aceitei a oferta, e chegando na José do Patrocínio recebi uma mensagem de texto do Ricardo: "Onde tu ta?". Aliviada, respondi o torpedo: "Dobrando a esquina."
Chegando lá, comecei a organização, separando as compras de acordo com os riders. Muri estava comprando alguns ítens que faltavam e Tata chegou logo em seguida pra me dar uma força, afinal 2 camarins são simplesmente trabalho em dose dupla, a rapadura é doce mas não é mole! (Risos) Ainda bem que o Ricardo pensou nesse detalhe.
Organizamos tudo bem bonitinho, Muri chegou em seguida e foi pro Reino de Dona Rosa (Apelido dado á cozinha do Opinião devido à cozinheira, dona Rosa, que é um amor de pessoa e sempre quebra vários galhos) preparar os sanduiches enquanto eu aguardava a chegada das bandas com a Tata. Ela conversou bastante com os rapazes do "Pain", eu fiquei mais reservada, confesso que nervosa pela chegada do "SX" que seria a qualquer momento.
Ao chegarem, mesmo tensa, não desci do puleiro (Risos). Fui educada e solícita, claro, com alguns momentos de emoção, como quando vi Jason Rullo usando a camiseta do Imortal Tricolor!!! Os rapazes lembravam, e ao mesmo tempo não lembravam de mim. Refresquei a memória deles contando algumas gafes de 2007 e percebi que sim, eles lembravam (Risos).
Não havia me decepcionado antes com o "SYMPHONY X", mas confesso que eram pessoas diferentes das que conheci em 2007. Russel foi muito simpático, conversamos sobre inúmeros assuntos, até sobre dietas, pois comentei que o achei mais magro. Ele disse que havia parado de malhar como antes, e realmente, gordo ele nunca me pareceu, mas um "cara grande". A voz do Russ é realmente linda, falando e cantando. O cara foi realmente "gifted" ao receber esse timbre. Jason foi o mesmo que conheci em 2007, amável, educado, engraçado e respeitador.
Michael Romeo, antes calado, agora falador. Acreditem, as piadas dele tinham graça. Super simpático e cordial. Michael Pinella, como antes, educado e dessa vez visivelmente mais à vontade. (Pelo menos foi o que me pareceu). Mike LePond foi uma bela surpresa, um exemplo de pessoa que faz tudo para manter os fãs satisfeitos, na medida do possível é claro. O cara tira fotos, conversa, se tu tem algo a dizer ele te escuta e responde, não é como o monólogo que ocorre na maioria das vezes...ele até te aceita no facebook (Muitos risos).

Tata precisou sair, a maluca tinha prova da auto-escola (Risos) e eu fiquei lá com a Muri durante a tarde. Foi decidido que o Camarim do "Pain" seria transferido para o andar de cima, pois atrapalharia o trânsito da equipe com os equipamentos se ficasse onde estava. Sábia decisão, o lugar estava bem apertado e o entra-e-sai de fumantes irritava a banda.

Faltando cerca de 3 horas para o show, Ricardo me disse que "SX" sairia para jantar na Garcias, e seria bom que um membro da Abstratti os acompanhasse. Devo ter olhado pra ele com cara de "Cachorro que caiu do caminhão de mudança". Nem preciso dizer que a "membra" designada fui eu (Risos). Fui com eles, o produtor e o Tour Manager. Liguei pra Tata e pedi que me encontrasse lá.
Ao chegarmos, sentei à mesa e não me servi de início. Depois, incentivada pelos rapazes acabei comendo pouco, mesmo com fome, ainda nervosa. Quando Tata chegou relaxei bastante. O produtor deles era do tipo "caladão", mas tive impressão que ele riu quando lembrei os rapazes sobre a história do Carl e os R$ 5,00 que me ofereceu por um "boob festival". Eles riram muito também, e repetiam "That's Carl.". Depois, confesso que quem riu fui eu, quando me contaram que o Carl era o ex-produtor e o dono do cargo era agora, o "caladão". Os rapazes pareciam gostar muito do Carl, vai saber a cagada que o cara fez...Preferi não perguntar...
Após o jantar, entramos na van e nos encaminhávamos de volta ao Opinião, quando comecei a cantar a música "You are my sunshine" do Jimmy Cliff,  bem baixinho, numa tentativa interna de auto-descontração. Tata, ao meu lado no banco da frente, não resistiu e começou a cantar junto, aumentando o volume é claro. Acreditem ou não, a música contagiou os integrantes da van, que começaram a cantar junto conosco. Foi hilário. Eles nem devem mais lembrar disso, mas eu não conseguiria esquecer essa cena nem que me esforçasse ao máximo...
"You are my sunshine, my only sunshine, you make me happy, when skies are grey...
You'll never know dear, how much I love you, please don't take, my sunshine away..."

Chovia um bocado quando estacionamos na lateral do Opinião, a porta estava fechada por dentro e demorou algum tempo para que a abrissem. Alguns minutos na chuva realmente não serviram para aumentar o bom humor dos rapazes, mas não ouvimos grandes queixas. Eles deveriam ter ficado dentro da van até que alguém abrisse a porta, mas se alguém souber como manter 7 ou 8 marmanjos dentro de uma van quando o que eles querem é sair dela me ensine, agradeço (Risos).
Entramos no Opinas e a banda foi para o camarim se aprontar para o show. Não me lembro de ter visto nenhum membro da equipe de bobeira por um segundo que fosse, todos tiveram o que fazer o tempo todo. Eu e as gurias inclusive, que nos cruzávamos de tempo em tempo pelos corredores internos do bar. Não podíamos deixar nenhum dos 2 camarins sozinhos e ao mesmo tempo nos desdobrávamos tentando tornar breves as nossas incursões à cozinha para atender as solicitações de ambas as bandas.
Faltando apenas alguns minutos para que "SYMPHONY X" subisse ao palco, me dirigi ao camarim do "Pain", no andar de cima, para poder assistir ao show. Confesso que fiquei um pouco triste quando, no jantar, os rapazes me contaram que não tocariam "Evolution" nem "Sea Of Lies", apesar de compreendê-los, deve ser mesmo cansativo, ano após ano. Mesmo sem essas duas músicas a apresentação foi fantástica. Melhor ainda foi assistir o show ao lado da Carol Bonatto e da Marcela, a amiga dela que conheci na ocasião. A Carol foi a guria pedida em casamento no palco, no show de 2007. Espero que o show de 2011 tenha sido especial pra ela, não da mesma forma do anterior mas como uma prova de que, apesar de acharmos que já vimos e vivemos de tudo, ainda podemos nos surpreender no bom sentido com pessoas e situações.
O pessoal do "Pain" filmou toda a apresentação do "SX". Comecei a reviver uma ideia antiga, meio extremista...Mas eu sempre gostei dos extremos. Pensei muito na ideia, e, ao final do show, não tive mais dúvidas. Fui até o camarim do "SX" cumprimentá-los e pedi que autografassem minhas costas, para tatuar depois. Eles ficaram bem surpresos, honrados e é claro, me considerando uma louca (Se é que já não consideravam...). Romeo repetiu umas quantas vezes: "Please, don't do it!". Quando finalmente consegui as 5 assinaturas ele olhou para as minhas costas e disse: "Thank you, you're awesome". Ele que é awesome! (Risos). Me despedi e tirei algumas fotos. Não canso de repetir que eles foram sensacionais, como músicos e como pessoas.
O "Pain Of Salvation" também arrasou no que se diz respeito a qualidade do som e comportamento humano. Educados, bem humorados, simpáticos e talentosos, é óbvio. Daniel, o lead, é a tranquilidade em pessoa. Neurótico apenas com o ar condicionado, que me pediu pra desligar umas quantas vezes, mesmo estando ligado na ventilação. Fã do meu chá de gengibre (Aprendizado do coral), como a maioria dos vocalistas aos quais eu costumo oferecer. Seus colegas de banda diziam de 10 em 10 minutos que no dia anterior era seu aniversário, e demos os parabéns inúmeras vezes (Risos). Tocaram muuuuuito. Assisti o show ao lado da Carol VM, que eu não via fazia algum tempo...vi metade dela, diga-se de passagem. Como emagreceu essa guria! Ainda vou pegar a dieta, é sempre bom experimentar uma nova...
Após terminarmos de organizar os 2 camarins, chamei o Arthur pra olhar os autógrafos, rezando que não tivessem borrado (By the way, fiquei horas de regata, tirei o casaco com medo de borrar as assinaturas, passei frio em nome da arte hahahaha). Pra minha imensa decepção, ele disse que os autógrafos estavam borrados demais para serem tatuados. Virei uma criança de 5 anos frustrada por não ter ganho meu presente de natal. Confesso, muito mais frustrada do que imaginei ficar. Tive um pequeno episódio maníaco-depressivo, escondida em um canto, morrendo de vergonha, óbvio. O que me domina é o orgulho, segundo meus amigos mais chegados. Se eles dizem, é porque é...(Risos) Quem sou eu pra discordar dos meus amigos?
Sensibilizadas com a minha situação, Tata e Muri descobriram a hora que a banda deixaria o hotel. Na manhã seguinte, Tata e Arthur pegaram novamente os autógrafos, dessa vez em papel e bem legíveis. Se os caras já me achavam louca, neste momento tiveram certeza absoluta disso. I'm glad.
No domingo seguinte, fui à casa da Tata e do Arthur eternizar os autógrafos dos meus queridos em tinta preta. Doeu pra caralho, mas não me arrependo, o trabalho do Shogun ficou perfeito. "No pain, no gain" é a frase perfeita pra ilustrar o momento de uma tattoo. No dia seguinte, Mike LePond me mandou uma mensagem no facebook, curioso, querendo saber se eu realmente havia feito aquela loucura. Postei a foto da tattoo no mural dele, seu comentário foi: "THAT is the coolest thing i've EVER seen!!". I have no words.

"Ganhei" uma bela lição no dia 07.06.2011. Mesmo a nossa vida não estando nem próxima do que gostaríamos, se temos amigos de verdade ainda há motivos para não "abandonar o barco". Se eles não desistem de nós e acham que a gente vale a pena, quem a gente pensa que é pra pensar o contrário?
As poucas pessoas que presenciaram o meu momento "Novela Mexicana" sabem que não devem comentar o fato com ninguém, sob pena de morte.

Como foi um "double backstage" foi tudo em dobro no que se diz respeito ao trabalho. 2 bandas, 2 riders, 2 compras, 2 espaços a serem tornados habitáveis e quase-agradáveis...graças aos poderes superiores também foi satisfação dobrada no final, vide equipe da Abstratti, incluindo o Supremo Hobbit Ricardo, que até twittou à respeito ao chegar em casa após o show.
Dia inesquecível, em todos os sentidos. Só tenho a agradecer. Se por um breve momento eu esquecer, é só virar as costas pro espelho. \m/

"Roses are red, violets are blue
Groupies have sex
Fans have tattoos."
*Dedico este post aos meus verdadeiros e grandes amigos, todos eles.


Assinaturas

TATTOO - BY SHOGUN ARTHUR



The 2 Michaels: LePond e Pinella

Jason Rullo - Se melhorar estraga, né?

Michael Romeo, his jokes and my stupid face

Russel Allen


sexta-feira, 3 de junho de 2011

SYMPHONY X (English NEW!)

Symphony X: American progressive metal band from Middletown, New Jersey. Founded in 1994 by guitarist Michael Romeo, their albums The Divine Wings of Tragedy and V: The New Mythology Suite have given the band considerable attention within the progressive metal community. They also have achieved more commercial success with the 2007 album Paradise Lost. (Wikipedia)


First off, I want to "inform (make known") that I will post at random, beeing that the shows here reported won´t be in the order in which they occurred, SYMPHONY X aside that was the pioneer.
Enjoy!

I´ve been a fan of this band ever since I got in to college coursing propaganda (marketing). My classmate at the time Guz Schneider presented me with a cassette tape on the first day of class, after I conquered his graces when I preferred to have my face painted green to dancing funk music in front of 1200 seniors on the so feared academic prank. That was when I heard "Evolution" and "Sea Of Lies" for the first time and instantaneously fell in love with their music. That was back in 2003. I Still have the cassette (no joke intended hehe)...Don´t even have where to listen to it, but still have "my precious".
At the time, more precisely in 2007 I shared an apartment with my friend Ricardo owner of an agency that promotes and makes events. I lost count on how many times I literally forced him to listen to my "cassette tape"...
He had already brought bands I was in to to POA(Porto Alegre) like Shaman and Massacration, but when my dear hobbit came knocking on the door of my room to announce that he would be bringing Symphony X I just couldn´t believe. The "Groupie" in me sprung out, it was not enough simply to go to the show; I wanted to talk to them! I suggested to Ricardo that he prepared an small reception for them on the back stage, with some snacks, drinks, so on... And off course under my supervision. There was no sexual intent behind (nor in front, nor sides) my wish to meet them, as I always saw as something mute this connection some fans insist on making between admiration and sex. The artist gives us his art and the fan reciprocate by bending over?!
But anyway, in my case it wasn´t the hots for the leather pants. I basqued in several hours of my life with Michael Romeo’s endless guitar strokes, Jason Rullo’s minute technique, Pinella’s psycodelic keyboard and on Lepond’s bass solos (I get Goosebumps listening to the solo in "sea Of Lies") not to mention Russel Allen’s vocals which to the human ear is nearly flawless. Beeing in their presence was unreal, I was really nervous, even had the shivers.

I screwed it all up a few times during the show...and what is worst: Basic mistakes ( I hate this word(basic), singular and plural). An example: they asked for carrots, oranges and tomatoes, we served the vegetables hole, without pealing. This screw up resulted in an work of art made by the band on the counter on the backstage. Their intent was to reproduce an male reproductive organ using two oranges and a carrot. Judging by the size of the carrot we can say that this artifact, if real, would come straight from a planet called: " Every woman’s (man’s) Fantasy".
On this ocasion, my great friend and faithfull squire Fernanda Jorge helped me out, and a lot, Even when dear Carl, the bands producer up till than, offered me the very generous amount of 5 Reais for me to show my tits. Politely i replied (in English) that I did not speak English. Ricardinho horsed around: "Fuck, only 5? Should have started to bid in 20...”

Another splendid episode that I will never forget and I´ll bet I won’t be the only one, was Dan Rubin, vocalist of the band Magician( the opening band of the day) asking Carol Bonatto's hand in mid stage, showing that the metal scenery also reserve us it´s "Cutie pie" moments. What was not as nice (nor commented so far) was Carl threatening to pull the plugs and end with the rare and lovely moment of Dan’s romanticism (Carl again...). The Super Hobbit (Ricardo) blasted out a "Hadouken**" on him. Physical strength was not needed, Ricardo’s tone alone at the time would provoke an anaphylactic shock.


(**Hadouken or hadoken (波動拳 hadōkenIPA: [hadoːkẽꜜɴ], a Japanese neologism, literally "wave motion fist" or "surge fist"), is a special attack used by the characters RyuKenSakuraDan (whose version of the technique is named the Gadouken), and Akuma (Gou Hadouken), Sean (Hadou Burst), Allen (Soul Force), Kairi (Shinki Hatsudou) and Gouken (also called the Gou Hadouken). The hadouken and the shoryuken are the two archetypal moves of these characters, from the game Street Fighter).

It was not the most glamorous day of my life, but it did go in to the top 500 most wonderful ones, and ended with the CD Paradise Lost autographed, before it was hurled to my hand. I also had the luck of making some new friends as Rudy Reilly a crazed out man from Colorado Springs that was the rodie of the band at that time... Rudy is the guitar player of the band "Altered Silence", the music is killer by the way. Check out their MySpace:


Rudy and me at Harbor hotel. Great friend, hope he recovers from his knee surgery and be back on the road soon.


The band.



Russel Allen.
Jason Rullo.

The polemic sculpture the band left us as a gift.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

BLAZE BAYLEY

Blaze Bayley (Birmingham, Inglaterra, 29 de Maio de 1963) é um dos vocalistas de heavy metal mais famosos do mundo. No início de sua carreira cantou no Wolfsbane, posteriormente no Iron Maiden, e atualmente sua banda se chama Blaze Bayley. (Fonte: Wikipedia)

Antes de mais nada, quero informar que postarei aleatoriamente, ou seja, os shows aqui relatados não estarão na ordem em que ocorreram, tirando o SYMPHONY X que foi o pioneiro. Enjoy!


O estado do Rio Grande do Sul é conhecido pelo inverno rigoroso. 
Nas cidades de Gramado e Canela a neve atrai turistas de todo o Brasil, afinal, moramos nos trópicos e uma ida básica até Bariloche não faz bem ao psicológico dos nossos bolsos.
Apesar do frio, que geralmente tem início em meados de Junho, nosso verão é com o perdão da expressão, "de fuder o cu do palhaço". Os gaúchos sofrem com temperaturas que passam os 40°c e a sensação térmica deve ser de 200° pra cima. O show do Blaze aconteceu em pleno calor from hell, mais precisamente dia 23/01/2011.

Eu já era fã do Blaze (Desde que ouvi o álbum "Silicon Messiah") e tinha muita curiosidade em conhecer a banda em questão, pois é comum no mundo dos rockers que optam pela carreira solo a contratação de músicos pouco conhecidos, (Porém extremamente competentes) para acompanhá-los nas turnês.

O rider de camarim era modesto, pediram basicamente uma tábua de frios bastante simples, alguns refrigerantes, uma garrafa de Absolut e duas garrafas de vinho chileno. Muriel devia estar inspirada naquele dia em particular, pois a tábua de frios lembrava uma digna obra de arte moderna - cubista, triangulista, retangulista, se é que você me entende, ou pra quem puder entender - e tudo estava minuciosamente organizado quando cheguei ao Porão do Beco.
Encaminhadas as providências básicas, fiquei aguardando novas ordens e tive um agradável reencontro com o Beto Picasso, que havia sido meu colega de trabalho na TGD Filmes alguns meses antes. Fiquei sabendo que o Beto estava com uma galera do cinema, e a intenção dos caras era gravar um curtametragem ou um documentário sobre Rock'n Roll e queriam alguns takes do show, sendo necessária a autorização do Blaze. O Tour Manager era um querido, mas não falava inglês...Então, o crespo Zed me pediu que lesse o contrato de direitos de imagem ao Sr. Bayley, que ouviu a tradução com atenção e aceitou prontamente os termos, impondo apenas a condição de que o povo permitisse a divulgação do material em seu site oficial http://www.blazebayley.net/main.htm. (Aliás, nada mal esse pedido).
O combinado, se não me engano, era que a galera poderia filmas as 3 primeiras músicas e assim foi feito.

Por volta das 16 horas, os músicos, o pessoal das filmagens e a equipe da Abstratti perambulavam pelo Beco. A loira que vos fala teve a brilhante ideia de perguntar ao Blaze se ele estava precisando de algo. Juro, quem me ensinou a ser prestativa merecia um murro naquele momento. O cara me pediu que secasse suas roupas, justamente as que ele queria usar durante o show. Detalhe, não estavam apenas úmidas, estavam encharcadas! Domingo, as 4 da tarde, uma lavanderia aberta é algo muito comum, né gente?
Fui obrigada a incomodar a Muri no momento do nosso revezamento, pra saber o que fazer. A solução mais rápida e menos dispendiosa foi utilizar a secadora de roupas na casa da vovó da cara colega. Em dado momento, para o meu completo desconforto, a Muri precisou sair às pressas pra resolver outro problema técnico e eu fiquei à mercê da dona Zelda, que, diga-se de passagem, tem mais de bruxa do que de boa. Sincera, a "boa velhinha" não se fez de rogada ao expressar sua afiada opinião a respeito do nosso trabalho. Os comentários seguiram mais ou menos essa linha:

"Duas meninas inteligentes e com curso superior secando roupa de homem! Foi pra isso que vocês fizeram faculdade?!"

Rezei muito para que aquela maldita "Enxuta" fosse também enxuta no que se diz respeito ao tempo de secagem...
Liguei pra Muri:
- Tu vai demorar muito, flor? Porque a tua vó tá me xingando! (desespero)
- Acho que não...Segura aí.
- E até lá eu faço o que?
- Cara de paisagem. Conhece?
- Ai!
(clic)
E foi nesse momento que compreendi a história, que muitos já haviam me contado, sobre o carinhoso apelido dado pelos colegas de colégio da Muri à simpática senhora em questão: "O Cão".

Terminada a função, voltei ao Beco levando a roupinha do cara bem sequinha, com exceção de algumas meias, mas como a banda ainda não havia retornado pendurei-as aonde pude, no camarim mesmo, que ficou  parecendo o cortiço do Chaves...Sorte que as benditas secaram antes do Blaze chegar...By the way, ficou extremamente grato por ter suas roupas secas e perfumadas.

Algum tempo depois, os caras se preparavam para subir ao palco. A Muri aproveitou a pausa pra fumar um cigarro atras do bar, no corredor que dá acesso aos escritórios, e eu conversava com algumas gurias da equipe, entre elas a Liny, se não me engano (peço pra ela me confirmar isso depois). O Blaze realmente devia estar ansioso para vestir aquelas roupas, pois quando, de relance, -amém-, olhei pra trás me deparei com: Uma enorme bunda branca, acompanhada de uma considerável barriga. Antes de "usufruir" da chance de ver o que havia embaixo da barriga (como se possível fosse, mas ainda assim..), corri para o corredor e disse pra Muri não entrar no camarim. Ela não entendeu, e resumi assim: - "Trust me, tu realmente não precisa ver isso" (se bem conheço, ela teria semanas de insônia e, caso conseguisse dormir, alguns pesadelos).

Com os rapazes em plena ação, escapei do camarim e me enfiei no "Chiqueirinho da Produção" pra tentar ver alguma coisa. Após correr alguns fotógrafos de cima do palco (afinal, Liny era a única autorizada a fotografar a banda lá de cima) retornei ao meu posto. A banda não quis receber as groupies (raro, realmente), só alguns músicos e amigos próximos, selecionados pelo Ricardo, tiveram acesso ao Backstage. A Liny, com toda a paciência do mundo, fotografou a todos - mesmo - um a um. Duas, três, dez vezes. Santa Liny, porque pelo amor...vai encontrar tanta boa vontade na hora de fazer o que não está no cronograma.

Após o show, a banda quis descontrair um pouco. Tivemos a chance de conversar com o baterista italiano Claudio Tirincanti, o guitarrista inglês Jay Walsh e com os irmãos colombianos David (baixo) e Nico (guitarra) Bermudez.

Jay Walsh, natural de Bristol, conversou comigo sobre os mais variados assuntos, que iam do piano de Richard Carpenter até o trompete do Quincy Jones. Comentei com ele que, ironicamente ele foi o primeiro “british dude” que eu não tive dificuldades em entender tudo o que falava. A resposta foi melhor ainda, ele disse que eu não devo ter conversado com muitos ingleses de classe média, só com ricos.

David e Nico Bermudez não eram muito comunicativos, mas por serem latinos compreendiam praticamente tudo o que falávamos, nos levando a situações contrangedoras em alguns momentos (Prefiro não citá-las...).

Claudio Tirincanti passou algumas boas horas em minha companhia, pois após o show os rapazes teriam 2 dias de folga aqui em Poa e ele precisava comprar baquetas. No início da tarde do dia seguinte, busquei o italiano no Coral Tower e o levei até a loja Made in Brazil, no Barra Shopping Sul. Ao me perguntar se eu falava italiano, respondi cantando aquela música que muitos gostam e outros abominam:

"Comme te po' capì chi te vò bene
Si tu le parle 'mmiezzo americano?
Quando se fa l'ammore sotto 'a luna
Come te vene 'capa e di: "I love you!?"
Pa pa l' americano
Pa pa l' americano
Pa pa l' americano..."


Ele riu muito...disse que essa música é uma pérola italiana em sua versão original. Rimos muito sobre outros assuntos, ele falava inglês a pouco mais de 3 meses e a comunicação entre nós tornava ainda mais engraçada a situação. Pelo que pude entender, músicos brasileiros são muito respeitados no exterior, pois os gringos consideram nossos ritmos extremamente complexos e aqueles que conseguem reproduzi-los fielmente são respeitados. (Me refiro ao Jorge Bem, Gilberto Gil, Novos Baianos...nunca quis que vocês se orgulhassem do Luan Santana ou do "É o Tchan!")

O taxista que nos levou resolveu dar o ar de sua graça ao passarmos pela Av. Beira Rio, me perguntando se eu passaria por ali sem apresentar “O TEMPLO” (referindo-se ao Estádio do Inter) ao Claudio. Utilizei as palavras do “Narrador Kanhanga”, - “O INTER DE MILÃO QUE SE CUIDE!” (pra quem não lembra ou ainda não assistiu o vídeo no youtube, foi o angolano que compôs um rap enaltecendo o time do Mazembe e tirando a maior onda com os colorados http://www.youtube.com/watch?v=myT2_w0AJo8).

O taxista deve ter assistido o vídeo na internet ou a reportagem do Globo Esporte, porque fechou a cara ao ouvir a minha respostinha meiga.

Após comprarmos as baquetas, ofereci um típico churrasco gaúcho aos rapazes, na ocasião Claudio e Bráuilo (o roadie) aceitaram prontamente, enquanto os demais foram ao Dublin com Ricardo e alguns amigos. Nunca conheci um gringo que não se rendeu ao nosso churras...(risos)

No dia seguinte nos despedimos e os guris seguiram viajem. Foi muito legal conhecer um pouco sobre os anônimos que acompanham grandes nomes da música. São gente como a gente, com muito talento e sorte, digamos. 

*PRA GALERA QUE É FÃ DO CARA E GOSTARIA DE APROFUNDAR OS CONHECIMENTOS ALÉM DE CONHECER OUTROS FÃS, O SITE É ESSE: http://www.blazebayleybrasil.com/


Blaze e eu
Eu, Muriel, Darkkmila e Liny
O Chiqueirinho é só da produção!








sexta-feira, 27 de maio de 2011

RICHIE KOTZEN

Richie Kotzen é um guitarrista, cantor e compositor nascido no ano de 1971, em Reading - Pensilvânia (EUA) e reside atualmente em Los Angeles-CA. É também conhecido por ter tido uma fama muito precoce, aos 18 anos e por ter trabalhado com bandas renomadas tais como Poison e Mr. Big. Também integrou o grupo do baixista Stanley Clarke. A carreira-solo é sua principal atividade nos dias de hoje. (Fonte: Wikipedia)


Antes de mais nada, quero informar que postarei aleatoriamente, ou seja, os shows aqui relatados não estarão na ordem em que ocorreram, tirando o SYMPHONY X que foi o pioneiro. Enjoy!


O rocker da vez é mais um daqueles loucos de quem a gente é fã mesmo sem saber. Alguma coisa do cara a gente já ouviu e curtiu na vida, sem dúvida. Nunca fui fanática por Poison, mas adoro o Stanley Clarke (Aliás, maravilhosa a apresentação em Porto Alegre junto com Al Di Meola e Jean-Luc Ponty) e me lembro do belo trabalho do Kotzen quando integrou o grupo dele.
Trabalhei no backstage com esta figura em particular por duas vezes, a primeira em 2010 e a segunda em 2011.
Quem me conhece sabe, quem não me conhece as vezes supõe. Então, pra que não restem dúvidas, comunico: Não sou Groupie (Termo referente às Fãs que se relacionam com membros de suas bandas favoritas ou qualquer banda que esteja por perto. Ganharam fama entre as décadas de 60 e 70, principalmente no mundo do Rock, por serem fanáticas por seus ídolos, ao ponto de fazerem sexo com eles). Tirei essa definição da Wikipedia e adaptei de acordo com os meus conceitos e a estética do meu Blog.
O fato de ser filha de 2 músicos e crescer no meio de vários deles deve ter sido o motivo principal que me levou a não desenvolver a conhecida "Febre de Palco". Juro, se a questão é fetiche, tem coisas que "turn me on" bem mais...(Risos). Mas tenho que admitir, apesar de não ser um galã, o Kotzen tem os olhos azuis mais lindos que os meus 28 aninhos já presenciaram. Confesso que fiquei parada feito uma retardada admirando os olhos dele quando a gente se apresentou. Ele não esboçou nenhuma reação relevante, deve estar acostumado com cenas do tipo.
O primeiro show foi no Drakar Music Hall, com a equipe "enxugada" (Se não me engano fomos eu, Liny, Zed e Bruno os convocados). Definitivamente, eu não gostaria de estar na pele do Zed e do Ricardo nesse dia. Não é á toa que não me recordo da Abstratti ter feito mais nenhum evento no Drakar, porque pelo amor...O camarim fedia a esgoto, a descarga  não funcionava, gente...Chegou um momento que eu fui à cozinha pedir um balde d'água pra jogar na privada, porque era insuportável, sério. Descobri que o problema ia além de uma descarga quebrada, NÃO TINHA ÁGUA NA CASA!! Nem pra puxar a descarga e nem nas torneiras, pra que eu pudesse encher um balde. Diga-se de passagem, todos os banheiros estavam em estado de calamidade pública. Creio que sou uma das poucas pessoas que podem dizer terem visto Richie Kotzen e banda mijando numa árvore (No pátio localizado entre o Camarim e o acesso ao palco).
Não me orgulho disso, viu? Foi tão embaraçoso pra mim quanto deve ter sido pros caras...
Como se não bastasse, após o show não tinha comida na casa. O produtor me pediu pra agilizar uma porção de fritas e as gurias da cozinha me disseram que não tinha nem óleo pra fritar, muito menos batatas. Alguém deve ter sido responsabilizado pelas falhas e sentido a ira dos 4 elementos naquela noite. Vergonhoso? Não pra mim, não tive nada a ver com isso...


A segunda vez que cruzei com o guitarrista dos olhos azuis foi em 2011, faz pouco tempo. Dessa vez a apresentação foi no Porão do Beco e Tata trabalhou comigo. É tri bom trabalhar lá porque, geralmente fecham o andar debaixo pra fazer o camarim e o espaço é grande, além de ter banheiro e bar. Com excessão da pia que dá choque, é uma beleza.
Quando tive um instante de folga e fui encher o saco da Mel na bilheteria, dei de cara com meu amigo e ex-colega de Faculdade, o Máximo (Foi o "máximo" nosso reencontro, mas o nome dele é esse mesmo). 
A gente não se via há séculos! Ele foi ao show acompanhado de uma amiga e me disse que ela era fanática pelo Richie. Me pediu que deixasse a guria tirar uma foto com ele no camarim e eu disse que não tinha problema (Até porque, artista que se recusa a tirar foto com mulher bonita eu ainda não conheci).
Adorei fazer esse favor pro Máximo, de verdade. A Raquel (amiga dele) é uma figura e eu não precisei traduzir os diálogos porque a guria se fez o grande favor de estudar inglês alguma vez na vida, sabendo aplicar muito bem à prática aquilo que aprendeu (Se todos fizessem o seu homework seria tudo mais simples). 
Depois de encerradas as fotos com fãs e a "tietágem" de algumas, levamos os gringos até a Garcias e em seguida ao Hotel.
Não ocorreram grandes problemas no decorrer do show e gostei do que pude ouvir lá de traz. É o que geralmente acontece quando se trabalha com eventos, assim como os ginecologistas a gente "trabalha aonde os outros se divertem". Mas eu não trocaria de lugar com ninguém da platéia...Estou plenamente satisfeita com a minha função. \m/


Eu, kotzen e Tata


Eu e Kotzen

segunda-feira, 23 de maio de 2011

BIOHAZARD

Biohazard é uma banda que surgiu no Brooklyn (Nova Iorque) em 1988, época onde as primeiras bandas misturavam o metal pesado e o hardcore punk com os elementos do hip hop e rap. O som agressivo da banda, resultou em letras sobre a deterioração urbana, crimes, corrupção e a ruína social. (Fonte: Wikipedia)




Antes de mais nada, quero informar que postarei aleatoriamente, ou seja, os shows aqui relatados não estarão na ordem em que ocorreram, tirando o SYMPHONY X que foi o pioneiro. Enjoy!




No post anterior eu contei os desastres ocorridos ao longo de um dia que começou com o pé esquerdo e terminou, literalmente, com as 4 patas na jaca. Mas como nem tudo são rosas, nem tudo são espinhos. Existem alguns dias em que vale a pena deixar o aconchego do nosso lar pra trabalhar em um show, mesmo a discografia da banda não estando entre as 10 que você levaria para uma ilha deserta além da Sharon Stone ou do Johnny Depp, é claro.

Biohazard. Confesso, eu não era fã. Por ignorância, porque ao pesquisar me deparei com um verdadeiro duelo entre agressividade e técnica (Além de um pouco de teatro, nesse caso totalmente válido). Virei fã. Sei que essa frase é meio cretina, mas todos damos o braço à torcer alguma vez na vida. Só a Tata e a Mel sabem quantas vezes "Sellout" foi procurada no Youtube aqui em casa.

O dia foi marcado pela estréia da minha amiga e business partner Tatiana Goldberg, vulgo Tata. A guria começou bem. Nem todas as backstage owners do mundo estreiam no ramo com a tarefa de levar Evan Seinfeld, do Biohazard, até um sex shop próximo com o intuito de comprar presentes para a esposa, a atriz pornô Lupe Fuentes. Se ele fosse um consumidor objetivo, tudo bem. Mas o querido fez uma guria da loja ficar experimentando modelitos eróticos e fotografando pra mandar pra esposa (Esperto ele, não?), atrasando a banda inteira, que já havia terminado a passagem de som e queria ir para o hotel. Ficamos eu e Tata em um turbilhão de ligações. A ordem e o conteúdo dos telefonemas foi mais ou menos assim:

1° Telefonema:
Gabi - Tata, onde vocês estão? O pessoal já acabou aqui.
Tata - Ele fez uma guria vestir as "coisas". Ta fotografando e mandando pra Lupe, disse que é o último.
Gabi - Ok, te apressa.

2° Telefonema:
Gabi - Tata, hurry! O povo ta começando a reclamar...
Tata - Sério, eu não aguento mais. Se a guria ainda tivesse na má vontade, mas tá adorando a função...
Gabi - Encerra a sessão fotográfica aí e vem pra ca!
Tata - Ok.

3° Telefonema:
Tata - Já sei, eu to fudida.
Gabi - Não, nós estamos... 5 minutos com ele, amiga!
Tata - Não sei mais o que fazer.
Gabi - Tu já disse pra ele que aqui tem 3 músicos aborrecidos por causa de 1? Me lembra até gíria de surfista em dias de escassêz...3 pra 1...
Tata - Já., boss lady**...Ele fez a guria experimentar um conjuntinho de marinheira e depois vieram 3 opções de colegial.
Gabi - (PAUSA)(PAUSA)(PAUSA) Que, meu?
Tata - A primeira vem com gravata borboleta, na segunda acompanham chapéu de burro e uma régua enorme.
Gabi - E a terçeira?
Tata - Não tirei da caixa ainda, não tem ilustração. Só tem um título: "Nunca repeti de ano."
Gabi - Sério, diz pra esse louco que roubaram o baixo dele, ou que derramaram energético em cima...
Tata - Deixa pra mim.


(**Boss Lady era como a Tata me chamava, mas na verdade eu nunca fui chefe dela, muito menos nos dias de hoje)

Eles chegaram em 2 minutos, aos 46 do segundo tempo, mas conseguimos encaminhar a banda inteira ao hotel. Respiramos por algumas horas, até que, tendo o rider de camarim em mãos, me deparei com a palavra "Homus". Tá. Eu não sou expert em comida vegetariana. Também não sou expert em compostos orgânicos, mas não sei porque cargas d'água achei que era "Húmus", aquele adubo. Chamei a Tata no canto e perguntei se aquilo era o concurso da banda de metal mais freak do mundo ou algo do tipo, ela me esclareceu o conceito de Homus, uma pasta feita de grão de bico e especiarias. Após essa mini-aula, nós duas nos demos conta. Cadê o Homus? Se eu não sabia o que era e ela havia me informado naquela hora, nenhuma de nós havia providenciado. Droga, que mancada! Nesse momento, Tata provou que nasceu pra trabalhar com produção (Ou com patês vegetarianos). Ligou pra coroa, que fez em casa mesmo. Em minutos um motoboy passou no Opinião pra entregar o bendito. Tenho que encher a bola da minha amiga, porque além de chegar na hora certa, o Homus da mãe dela fez tanto sucesso que o nosso até então mais novo amigo vegano (O baterista Danny Schuler) pediu que escrevêssemos a receita atras de um dos set lists, guardando-a na mochila com todo o carinho.

Billy Graziedei é o típico líder de banda: Um business man de cabelo azul e tatuagens espalhadas pelo corpo inteiro. Sério, sem perder uma boa piada. Por ser casado com uma brasileira, ele compreendia 90% do que falávamos em português mas na hora de soltar o verbo era um desastre...o cara se esforçava...Deus me livre se tentássemos falar em inglês para agilizar as coisas, ficava muito contrariado. Eu não tenho absolutamente nenhuma queixa do Billy, até porque o pedido que fiz a ele antes do show foi atendido com tanta prontidão e de forma tão maravilhosamente especial que mesmo se o cara vomitasse no camarim inteiro não faria diferença. Antes de revelar o pedido vou ter que mencionar algo bem desagradável, mas leia, vale a pena, eu prometo.

A parte triste. Pra mim que escrevo e pros amigos do Xuri que estiverem lendo este post.
Poucos meses antes, ele integrava a banda que abriria para os punks da Exploited UK. Como trabalhei no backstage, só fui ver o guri na frente do Manara no final da noite. Encontrei um Xuri extremamente feliz por ter aberto o show, animado com a volta ao Brasil e radiante com a proximidade da vinda da banda Biohazard. Infelizmente aquela foi a nossa última conversa, ele faleceu uma semana antes do show e nos deixou de forma tão repentina que, como disse a Michele Abadie (Mee), "Até ele deve ter ficado surpreso e decepcionado por ter tido uma morte tão idiota e sem sentido".
Meu pedido, é óbvio, tem a ver com o Xuri. Antes que me critiquem quero deixar claro, sei que não fui a única pessoa que conhecia ele a ter essa ideia mas juro, não sei quem foi a primeira. Não percamos nosso tempo com pormenores. Isso só prova que o Xuri tinha muitos amigos e não tiro o mérito de nenhum deles mas sim, fui eu quem conseguiu a execução. Contei aos rapazes sobre o Xuri no camarim, antes do show. Todos ouviram super atentos e eu diria que deixei os headbangers chocados ao saberem a idade do guri e as circunstâncias da morte. Lembro que o Billy perguntou se o apelido era por ser adepto dos microfones "Shure"(Xuri se chamava Luis Felipe. Parece que ele fez questão que a maioria de nós só soubéssemos ou lembrássemos disso no dia do seu velório). Juro que nesse momento pensei - Publicitário de nascença...tu era foda...
Perguntei se eles poderiam dedicar uma música e Billy concordou. Escrevi o nome do Xuri num guardanapo amassado e entreguei, rezando para que no meio daquele cenário "Sangue, suór e metal" o papelzinho sobrevivesse pelo menos até o Billy lembrar, se lembrasse...Nunca imaginei a proporção que aquilo tomaria. Em um certo momento, Billy parou o show e fez uma homenagem emocionante ao Xuri. As palavras foram mais ou menos:

"Eu não conheci, mas minhas amigos conheceram. Xuri. Xuri morreu. Esse música é para Xuri."

A galera começou a gritar em peso: Xuri! Xuri! Xuri! Xuri! Vi muita gente chorando naquela hora...Eu e a Tata inclusive, abraçadas feito duas fãs da Fresno. Juro por Deus, nunca mais falo mal do português do Billy, é perfeito. Se alguém conseguiu filmar aquela cena, por favor, me passe o vídeo. Em algum lugar, provavelmente melhor do que o lugar em que estamos agora, o Xuri deve ter vibrado. Agradeço ao acaso por ter conspirado para que tudo ocorresse daquela forma, se um roteiro tivesse sido escrito o resultado não seria tão perfeito e não causaria o impacto que acabou causando.


O desempenho dos caras foi um arraso, sem maiores problemas técnicos e psicológicos, mas com certeza foi muito mais arrasador para um certo indivíduo do qual não me lembro o nome e nem de qual cidade veio, especialmente para o show. A banda estava no palco no meio da música, quando o Zed me chamou às pressas dizendo que um guri havia quebrado a perna na conhecida "Roda Punk" e estava no backstage aguardando alguém que o levasse ao hospital. O guri estava com alguns poucos amigos, que não faziam ideia daquela situação. Como a lesão parecia séria, o Zed não deixou nem que esperássemos o término da música para pedir ao Billy que falasse ao microfone sobre o ocorrido, afim de que os amigos da figura pudessem ir ao backstage retirar o pobre coitado do Opinião. Subir ao palco no meio da performance da banda e falar com o Lead não é uma tarefa comum, inclusive deve estar entre as 10 mancadas imperdoáveis do mundo dos "Backstagers", mas Tata foi no talento e conseguiu cumprir a ordem. Não brinquei quando disse que a guria nasceu pro serviço...

Bobby Hambel, o guitarrista da banda, é realmente uma figura. Quando o conheci ele parecia uma barata tonta, vagando pelo Opinião vazio à procura de um café. Prontamente eu disse que traria o café e observei em seu supercílio um enorme curativo, a pancada parecia ter sido violenta. Difícil imaginar a situação na qual ele se envolveu pra levar uma bócha daquelas, porque a calma e o bom humor do cara contagiavam, parecia um ursinho de pelúcia vestindo um colete de couro cheio de spikes e uma bandana. Me ofereci para trocar o curativo antes do show, na esperança que ele me contasse o porque do machucado. Ele aceitou minha oferta com muita simpatia, e sanou minha curiosidade. Em São Paulo, um ou dois dias antes, uma das guitarras dele não estava afinada no tom. Após horas infernizando a equipe, ele se deu conta de que o erro tinha sido inteira e exclusivamente dele, e a raiva foi tanta que socou a própria cara. Quando ouvi isso, minha reação foi automaticamente olhar para o punho dele e ali estava um lindo (e imenso) anel de prata na forma de um gárgula, no dedo do meio (O "pai de todos", o do gesto obsceno. Esse mesmo). Pra boa entendedora uma olhada basta. Muito interessante essa forma de auto-punição que ele escolheu. Pena que o flagelo foi um pouco além da conta...O desfecho foi: Logo após o incidente, ele precisou tocar. No meio de um solo o curativo abriu. O sangue começou a escorrer levando os fãs ao delírio. Ele ao desespero e, em seguida, ao hospital mais próximo para levar pontos...
Bem mais tarde, já no hotel Harbor depois de levarmos a banda para jantar ele me pediu meio sem jeito que subisse ao quarto por alguns minutos. Me baseando na impressão causada ao longo do dia, não senti nenhuma intenção promíscua nesse pedido. Subi com ele e 3 guitarras no elevador, espremida. Ao entrarmos, percebi que meu cigarro havia terminado. Ele abriu o marlboro vermelho e dividiu a carteira comigo. Mesmo fumando marlboro light, aceitei a gentileza. Primeiro porque não havia ânimo para sair em busca de cigarros as 5 da manhã no centro de Porto Alegre e segundo porque foi muito fofo da parte dele, gentilezas hoje em dia andam raras demais para serem descartadas. Sabem aqueles programas de televisão que passam aos domingos e apresentam quadros do tipo "Um dia de Artista", "Um dia de Princesa", "Um dia de Travesti", etc? Eu vivi o meu "Dia de Psicóloga". O Bobby falou, falou, falou...E falou. Não estou reclamando, muito pelo contrário. Me senti lisonjeada pela confiança que me foi depositada, afinal o cara falou sobre a saudade que sentia da namorada, a falta que a família lhe fazia, o clima tenso entre os integrantes da banda, tenso ao ponto de ser quase insuportável permanecer na presença deles fora do palco...enfim. Um rocker que já conquistou espaço no seu devido nicho e independência financeira também tem seus momentos de extrema vulnerabilidade e esgotamento emocional. Não foi à toa a famosa frase simples, porém profunda que Judy Garland, interpretando Dorothy, disse em "O Mágico de Óz":


"Não há lugar como o nosso lar". 


Uma turnê longa e a convivência com um monte de gente estranha, principalmente com os colegas de banda, acaba realmente demolindo até o mais tr00**dos metaleiros. O cara é muito gente boa e muito mais normal do que a maioria dos mortais. Com certeza mais normal do que eu em diversos aspectos. É impressionante como as vezes encontramos traços de uma criação extremamente tradicional em pessoas que, pra nós parecem ter nascido de jaqueta de couro e guitarra no colo. Acho que o nome disso é essência. Vou perguntar pra Muriel (Scliar né gente...Te mete!).


(**A pronúncia é "truu", originada da palavra inglesa "TRUE". O significado é "verdade". Expressão muito utilizada por heavy metals, referindo-se aos fãs de verdade, true fans, ou true musicians, os músicos que apreciam de verdade o estilo). 


Pedi que autografasse minha credencial e me despedi desejando sorte e harmonia (Parecia ser o ingrediente mais necessário no momento), sucesso já veio faz tempo. Julgando pela pessoa que conheci, ele merece. Além de talento o cara tem humildade, o que é raro hoje em dia...Inclusive em pessoas que contribuíram muito menos com a música ou com as artes em geral.


O dia terminou.
(Dia não, afinal eram 5 da manhã e se eu não dormi ainda é hoje.)
Encontrei Mel dormindo no saguão do hotel, Tata e Billy assistindo "Brinquedo Assassino" dublado, ela traduzindo fala por fala pro inglês. Táxi e casa. Risadas, relatos e um belo churrasco no dia seguinte com as meninas pra fofocar e rir mais ainda. Como eu disse bem antes, as vezes vale a pena se jogar cama abaixo, enfrentar um banho e ir à luta. Até hoje, o bônus sempre superou o ônus.


Dedico este post ao nosso amigo Luis Felipe Azevedo, o Xuri.




"Tenho duas amigas lindas e no máximo três amigos que me consolam, mas eu precisava de você aqui, e agora a ficha caiu: Você se foi. Que merda de vida é essa?" (Layla Perez)


Say hello to my little friend.

Say hello to my little friend 2

Evan Seinfeld

Danny Schuler

Bobby "Nice" Hambel